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| Beber café todos os dias pode desacelerar o envelhecimento, diz estudo | Reprodução |
Conhecido por otimizar a concentração e o desempenho físico, além de possuir ação anti-inflamatória devido às suas propriedades antioxidantes, o consumo moderado de café ganhou um novo e notável benefício. Um estudo recente indicou que ingerir um máximo de três a quatro xícaras de café por dia pode desacelerar o envelhecimento biológico em indivíduos diagnosticados com doenças mentais graves.
Publicado no final de novembro na revista especializada BMJ Mental Health, o trabalho científico aponta que a ingestão de café resultou no alongamento dos telômeros, que servem como um importante indicador de envelhecimento celular. Em comparação com os participantes que não bebiam café, o consumo conferiu o equivalente a 5 anos biológicos extras aos indivíduos analisados.
Os telômeros estão localizados nas extremidades dos cromossomos, funcionando de maneira análoga às pontas plásticas dos cadarços. O processo natural de envelhecimento provoca o encurtamento dessas estruturas, um processo que pode ser acelerado por fatores como transtornos psiquiátricos graves, incluindo psicose, esquizofrenia e transtorno bipolar.
Os pesquisadores buscaram entender se o consumo de café poderia influenciar a taxa de encurtamento dos telômeros em pessoas com essas condições. Para isso, foram analisados 436 adultos recrutados entre 2007 e 2018 para o estudo norueguês sobre psicose organizado tematicamente (TOP). Desse total, 259 tinham esquizofrenia e os 177 restantes possuíam transtornos afetivos (incluindo transtorno bipolar e transtorno depressivo maior com psicose).
Os participantes foram categorizados com base no consumo diário de café:
Zero xícaras (44 participantes);
1–2 xícaras;
3–4 xícaras (110 participantes);
5 ou mais xícaras.
Também foi coletada informação sobre o hábito de fumar e o tempo de uso, quando aplicável.
Resultados e Descobertas Chave
O estudo revelou que os participantes que consumiam 5 ou mais xícaras de café por dia eram, em média, significativamente mais velhos do que aqueles que não bebiam ou consumiam apenas 1 ou 2 xícaras. Além disso, os indivíduos com esquizofrenia apresentaram um consumo significativamente maior de café em comparação com aqueles com transtorno afetivo.
Para medir o impacto, os cientistas mediram o comprimento dos telômeros em glóbulos brancos (leucócitos) obtidos de amostras de sangue. Os resultados mostraram que o consumo de até 3 a 4 xícaras diariamente estava associado a telômeros mais longos, mas essa correlação não foi observada naqueles que bebiam 5 ou mais xícaras.
De maneira notável, os participantes que consumiam o equivalente a 4 xícaras de cafeína por dia apresentaram comprimentos de telômeros que se comparavam a uma idade biológica 5 anos menor do que os não consumidores da bebida.
